quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A dor da Saudade!

Palavra, palavra, onde foi que se perdeu? Sinto falta dos nossos laços estreitos, quando só você compreendia e exprimia o que se passa aqui por dentro. Preciso lhe encontrar, em alguma esquina ou dentro de um bueiro qualquer, sinto a sua falta. Pensei que te encontraria no fundo de uma garrafa de plástico, daquelas bebidas que nos arrancam um terço do fígado por gole, porém, meu único encontro foi com uma maldita dor de cabeça, algumas frases desconexas em língua que impossibilita tradução e meia dúzia de problemas para colecionar. Também lhe busquei em alguns litros do meu café amargo, o que me resultou em noites mal-dormidas, olheiras profundas e reflexões arrasadoras (que nunca consegui explicar a ninguém, sequer compreendi o significado de tudo).
Por favor, volte para mim. Vamos superar essa distância e nos unir novamente, está ficando impossível prosseguir assim. Quando tento me explicar, você foge do meu alcance, deixando-me sozinho a balbuciar discursos incoerentes, tão superficiais quanto as marcas das antigas punições que me auto-infligi. Parece um tanto irracional, mas jamais posso lhe perder. Sou impulsivo demais para deixar que meus atos falem por mim, perder-lhe seria me matar aos poucos, e por dentro. A dor que sinto não se cura com analgésicos.

quarta-feira, 7 de março de 2012

As Pedras

É difícil suportar as dores que me causastes! Quantas pedras me jogaram? Isso é difícil de ser contabilizado, no inicio até contava, mas com o passar dos dias vi que não mais seria possível, então desisti de fazer isso e passei a tentar suportar as dores, como doíam no inicio! Mas com o passar dos dias aprendi a suportar as dores, acredita que ainda hoje sinto dores quando lembro? Mas passa rápido porque ponho em foco na minha mente qualquer pessoa que não seja você e assim sobrevivo... Quando me olho no espelho e me vejo, penso no que me transformei? Homem ou monstro? Não sei dizer, apenas sei que vivo em minha casa sempre com o medo de voltar a levar outra pedrada... Sei que minha muralha foi bem erguida, esta alta, sólida e reforçada, pois foram tantas as pedras jogadas, que consegui fazer isso sem sua ajuda, mas isso não lhe impede de tentar outra vez, vivi com a iminência de morte sempre me rondando, sempre, quase que diariamente, apenas não a via quando eu tomava meus antidepressivos, mas até isso você levou de mim... Não sei se estou preparado a lhe ver novamente apenas sei que tento viver, melhor dizendo, sobreviver em meio ao caos, sem as PEDRAS... Acredito que agora você deve estar jogando as pedras em outra pessoa que um dia foi tão inocente quanto eu... 

Através de suas pedras fiz a muralha e assim tentarei sobreviver em meio às pedras...

domingo, 29 de janeiro de 2012

Carta de Suícidio de Virginia Wolf



No dia 28 de março de 1941, após ter um colapso nervoso Virginia suicidou-se. Ela vestiu um casaco, encheu seus bolsos com pedras e entrou no Rio Ouse, afogando-se. Seu corpo só foi encontrado no dia 18 de abril. 


Em seu último bilhete para o marido, Leonardo Woolf, Virginia escreveu:
Querido,
Tenho certeza de estar ficando louca novamente. Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer. Você me deu muitas possibilidades de ser feliz. Você esteve presente como nenhum outro. Não creio que duas pessoas possam ser felizes convivendo com esta doença terrível. Não posso mais lutar. Sei que estarei tirando um peso de suas costas, pois, sem mim, você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Você vê, não consigo sequer escrever. Nem ler. Enfim, o que quero dizer é que é a você que eu devo toda minha felicidade. Você foi bom para mim, como ninguém poderia ter sido. Eu queria dizer isto - todos sabem. Se alguém pudesse me salvar, este alguém seria você. Tudo se foi para mim mas o que ficará é a certeza da sua bondade, sem igual. Não posso atrapalhar sua vida. Não mais. Não acredito que duas pessoas poderiam ter sido tão felizes quanto nós fomos.V.