sexta-feira, 8 de março de 2013

Fim de Tarde

Deitei-me sobre as folhas secas que do alto da copa das árvores, nos assistiram andar de mãos dadas na primavera... Olhei para o céu, que agora, cheio de nuvens negras, um dia nos banhou de azul...

O sol que nos aquecia, desapareceu no horizonte e me deixou sozinho, em meio à escuridão da noite, e nem mesmo à lua, que numa noite me inspirou a te fazer as mais belas poesias, aquece para me consolar...

Por trás dessas nuvens escuras, estão as estrelas que antes formavam desenhos para nós interpretarmos... e você nem lembra quantas vezes vimos os olhos um do outro naquelas estrelas! Talvez nem me ouvindo você esteja...

Agora seu rosto brilha nas lágrimas que caem de meus olhos... minhas mãos já não se aquecem sem as tuas, e sozinho em um mundo tão grande eu sobrevivo em meio à morte...

Você lembra de todas as rosas que colhi nos jardins, tentando homenagear a sua beleza? Agora elas enfeitam tua sepultura... e aos poucos elas secam, sem motivo para viver, sem você para dar-lhes vida.

Não mais me importa se escrevo em linhas tortas... não me interessa se as folhas rasgam e voam ao vento... não me dói a vida escapando entre meus dedos... apenas anseio a te ter ao meu lado...

Você se lembra do vento que um dia agitou nossos cabelos, e nos levou num voo ao paraíso? ... agora ele me leva a você... me espere...

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A dor da Saudade!

Palavra, palavra, onde foi que se perdeu? Sinto falta dos nossos laços estreitos, quando só você compreendia e exprimia o que se passa aqui por dentro. Preciso lhe encontrar, em alguma esquina ou dentro de um bueiro qualquer, sinto a sua falta. Pensei que te encontraria no fundo de uma garrafa de plástico, daquelas bebidas que nos arrancam um terço do fígado por gole, porém, meu único encontro foi com uma maldita dor de cabeça, algumas frases desconexas em língua que impossibilita tradução e meia dúzia de problemas para colecionar. Também lhe busquei em alguns litros do meu café amargo, o que me resultou em noites mal-dormidas, olheiras profundas e reflexões arrasadoras (que nunca consegui explicar a ninguém, sequer compreendi o significado de tudo).
Por favor, volte para mim. Vamos superar essa distância e nos unir novamente, está ficando impossível prosseguir assim. Quando tento me explicar, você foge do meu alcance, deixando-me sozinho a balbuciar discursos incoerentes, tão superficiais quanto as marcas das antigas punições que me auto-infligi. Parece um tanto irracional, mas jamais posso lhe perder. Sou impulsivo demais para deixar que meus atos falem por mim, perder-lhe seria me matar aos poucos, e por dentro. A dor que sinto não se cura com analgésicos.

quarta-feira, 7 de março de 2012

As Pedras

É difícil suportar as dores que me causastes! Quantas pedras me jogaram? Isso é difícil de ser contabilizado, no inicio até contava, mas com o passar dos dias vi que não mais seria possível, então desisti de fazer isso e passei a tentar suportar as dores, como doíam no inicio! Mas com o passar dos dias aprendi a suportar as dores, acredita que ainda hoje sinto dores quando lembro? Mas passa rápido porque ponho em foco na minha mente qualquer pessoa que não seja você e assim sobrevivo... Quando me olho no espelho e me vejo, penso no que me transformei? Homem ou monstro? Não sei dizer, apenas sei que vivo em minha casa sempre com o medo de voltar a levar outra pedrada... Sei que minha muralha foi bem erguida, esta alta, sólida e reforçada, pois foram tantas as pedras jogadas, que consegui fazer isso sem sua ajuda, mas isso não lhe impede de tentar outra vez, vivi com a iminência de morte sempre me rondando, sempre, quase que diariamente, apenas não a via quando eu tomava meus antidepressivos, mas até isso você levou de mim... Não sei se estou preparado a lhe ver novamente apenas sei que tento viver, melhor dizendo, sobreviver em meio ao caos, sem as PEDRAS... Acredito que agora você deve estar jogando as pedras em outra pessoa que um dia foi tão inocente quanto eu... 

Através de suas pedras fiz a muralha e assim tentarei sobreviver em meio às pedras...

domingo, 29 de janeiro de 2012

Carta de Suícidio de Virginia Wolf



No dia 28 de março de 1941, após ter um colapso nervoso Virginia suicidou-se. Ela vestiu um casaco, encheu seus bolsos com pedras e entrou no Rio Ouse, afogando-se. Seu corpo só foi encontrado no dia 18 de abril. 


Em seu último bilhete para o marido, Leonardo Woolf, Virginia escreveu:
Querido,
Tenho certeza de estar ficando louca novamente. Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer. Você me deu muitas possibilidades de ser feliz. Você esteve presente como nenhum outro. Não creio que duas pessoas possam ser felizes convivendo com esta doença terrível. Não posso mais lutar. Sei que estarei tirando um peso de suas costas, pois, sem mim, você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Você vê, não consigo sequer escrever. Nem ler. Enfim, o que quero dizer é que é a você que eu devo toda minha felicidade. Você foi bom para mim, como ninguém poderia ter sido. Eu queria dizer isto - todos sabem. Se alguém pudesse me salvar, este alguém seria você. Tudo se foi para mim mas o que ficará é a certeza da sua bondade, sem igual. Não posso atrapalhar sua vida. Não mais. Não acredito que duas pessoas poderiam ter sido tão felizes quanto nós fomos.V.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Sobre ele




Havia uma pequena vida dentro dele, uma luz o puxava do fundo, mas de tão fraco cedeu, e a luz de seus olhos apagaram-se.

Diferença não fez, porque essa luz ninguém guiava.

Servia de alerta para a lembrança de não ama-lo, porque nao nasceu para amar, apenas para escrever o interesse.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O QUE ESPERO PARA VOCÊ

Espero que seu caminho seja pacifico e acolhedor e que seus companheiros de caminhada sejam solicitos e presentes.

Espero que a alegria permei sua vida, como o sol por entre as pétalas de um lítio e que seus sonhos não sejam todos realizáveis, para que voce jamais deixe de sonhar.

Espero que seu corpo jamais envelheça, e que voce nunca perca o viço da mocidade, mas caso isso ocorra, que sua alma permaneça jovem e que seu espirito busque sempre o novo.

Espero que quaisquer obstaculos que se interponhama seus objetivos, sejam sempre transpostos no devido tempo e que isso ocorra apenas com aquela dificuldadde necessaria a valorizarmos cada conquista.

Espero que seus amigos sejam realmente seus amigos, ainda que sejam poucos e que as vezes uma prova dessa amizade o surpreenda muito.

Espero que voce tenha um amor que o faça sentir o quão sublime é amar e que voce não se supreenda se ás vezes sofrer por isso.

Espero que voce jamais perca alguem que signifique muito para voce, mas que voce saiba que isso faz parte da vida e que sofrer por isso não é feio nem errado.

Espero que todos os seus dias sejam vistos como únicos e que voce os viva como tal e que voce saiba que o tempo que voce perde hoje, não poderá ser recuperado depois.

Por fim, espero que voce seja feliz e que isso nos baste para vivermos bem!

O Trem








No trem da vida
a caminho do inferno
os vales das sombras da morte
longa jornada
através de colinas e desertos
tundras e montanhas
paisagens que impressionam
um final medíocre
as pessoas e seus sentimentos superficiais
tão irrelevantes quanto as paisagens
um conto seria narrado
mas não há lógica nos sonhos
volto os olhos para dentro
não há beleza tão pura
quanto a irônica beleza do ego
cortando as mais belas vistas
sinto o monstro que aqui descança
eis que surge a pergunta:
''para onde eu vou?''
entre deuses e demonios
a terra de Hades os aguarda
''eu?''
não
mas todos aqueles
que olham para fora...
e não enxergam a si mesmo
que a eternidade tenha piedade de vossas almas
assim sigo meu destino
ao som de velhos trilhos enferrujados